terça-feira, 1 de maio de 2012

.
.
Memo

 Não publicar nada até as imagens estarem do tamanho certo!
 .
.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

.
.
.
.
Para me redimir...

[Felt - Red Indians]

.



Como é que é possível alguém como eu, que sou Doutorada em Músicas Depressivas e Melancólicas dos Anos Oitenta, ter falado desta música, quando alguém me pediu para lhe dar um exemplo de uma música extremamente melancólica? Algo estava errado naquele dia... algo está errado.

[Beck - Change Your Heart]
.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

.
.
Houston we have a problem...

... as fotografias não estão alinhadas com os textos...

... é o caos na minha cabeça!
.
.
.

.
- Agonio-me ao pensar como é que nunca ninguém reparou... nem sequer desconfiou de nada... como foi possível toda esta situação chegar onde chegou... ao limite.


- Estamos todos demasiado ocupados a lutar as nossas batalhas privadas inúteis. Os capacetes não nos permitem ver quase nada e para virar a cabeça, para o lado, é necessário um esforço hercúleo...
.
.
.

.
.
- Que tens um gosto irrepreensível, no que respeita a música, é inegável, mas... já reparaste que só ouves músicas depressivas?


[Piano Magic Theory of Ghosts]
.
.
.
.
.
.
Cheguei a casa, naquele dia que se avizinhava banal, para encontrar a fechadura mudada.
 .
.
As várias caixas de cartão espalhadas pelo patamar davam a impressão de uma zona de guerra. Tudo o que me pertencia encontrava-se disperso por todos os lados. A sensação que eu estava despedaçada, naquele pequeno patamar atulhado de coisas, não me saía da cabeça... Aquele livro ali sou eu, aquela fotografia meia rasgada sou eu, o dvd rachado sou eu... eu... eu... eu... eu... eu... Eu, exposta à mercê de todos os olhares curiosos dos vizinhos, que fizeram um esforço extra para subirem até ao último piso do prédio, somente para se alimentarem da desgraça alheia.
.
.
Cheguei a casa, naquele dia que se avizinhava banal, para encontrar a fechadura mudada.
.
Maquinalmente juntei o entulho, ou seja, a minha vida, e carreguei-a às costas. Piso para baixo, piso para cima, piso para baixo, piso para cima, piso para baixo, piso para cima, piso para baixo, tentando evitar trocar olhares com quem quer que se cruzasse no meu caminho. Tudo o que me disseram não ouvi. No fim cheguei à conclusão que tudo pesa mais do que imaginamos. Uma única fotografia carregada na altura errada pode pesar uma tonelada.
.
.
Cheguei a casa, naquele dia que se avizinhava banal, para encontrar a fechadura mudada.
 .
.
Aquela casa a quem chamava minha deixava de sê-la de um momento para o outro. Aquele lugar, que apesar de serem apenas umas miseras águas furtadas mal iluminadas e um pouco sombrias, era meu... a minha casa, a única que conhecera até então. Onde, recordo já com saudade, tinha sempre gente a qualquer hora do dia ou da noite... Que, pelos vistos se sentiam bem naqueles recantos um pouco mais sombrios ou naqueles raros dias onde o sol iluminava todo o pequeno espaço de luz amarela.
.
.
Cheguei a casa, naquele dia que se avizinhava banal, para encontrar a fechadura mudada.
.
.
Os meses que se passaram até encontrar esta cave triste ficarão por contar. A esta cave não lhe posso chamar a minha casa, a minha nova casa, ainda não... Há muito por fazer e a comparação com o outro lugar é constante... Se olhar à minha volta posso apenas descrevê-lo como um lugar triste... um pouco triste. Veremos. Veremos o que daqui surge. Eu não tenho muita esperança.
.
.
Cheguei a casa, naquele dia que se avizinhava banal, para encontrar a fechadura mudada.
.
.